08/11/2012

Nº3

      São 365 dias que nos dão, cada ano que passa, para nos tornarmos alguém melhor, é isso? Todos os anos depois das últimas 12 badaladas, fazemos juras para sempre e de nunca mais, mas a verdade é que a maioria das vezes as quebramos mal damos um passo em falso. Enquanto vivemos o presente, achamos que continuamos iguais, mas olhando para trás, reparamos que muita coisa mudou: a maioria das vezes não é para melhor, ou então, só reparamos no mal que continua. 
      A insustentável leveza do nosso ser, acaba por se misturar com o dos outros e perdemo-nos por entre o que os outros nos fazem sentir, o que os outros nos dizem, o que os outros nos dão e o que os outros provocam em nós, seja bom ou mau. Até aí seria normal, porque a essência do ser humano baseia-se no viver em comunidade, mas acabamos esquecidos do mais importante, nós próprios.
     Há alturas em que precisamos carregar no STOP, para voltar a reparar em nós e esquecer os outros, nem que seja por um dia, por mais que pareça absurdo alimentarmos a nossa vida do nosso "eu". Não é absurdo porque não são os outros que vão dar-nos inteligência, não são outros que nos vão dar o trabalho/profissão que nós queremos (sem o nosso mérito, de que servem os outros?), não são os outros que nos vão fazer viver o amor da nossa vida, não são os outros que vão trazer-nos felicidade, não são os outros que nos vão dar vida, se nós, antes disso tudo, não conseguirmos viver a nossa vida sozinhos. Quantas vezes não deixámos de fazer qualquer coisa porque alguém nos apontou o dedo? Ou fizemos porque alguém concordou em fazermos, mas afinal não era assim tão certo? Pois bem, perdemos muito tempo a questionar-nos e duvidar de nós próprios para na primeira resposta que nos dá alguém exterior, ficarmos satisfeitos e seguirmos o que nos foi indicado. Acabamos a sentir que mal ou bem, talvez tivesse feito mais sentido entrarmos dentro de nós e procurar conhecer-nos um pouco melhor para depois, em caso de dúvida, perguntar e ponderar o que fazer.
     Não somos bonecos, somos independentes e não deviamos viver em prol dos outros, por mais que façam parte da nossa vida.
    A realidade é esta: ninguém poderá saber o que fazer com a nossa vida, porque ninguém a está a viver por nós.  Para quê continuar a procurar nos outros o que queremos encontrar em nós? Bem sei, que o mundo parece muito mais divertido quando o partilhamos com os outros e que talvez pareça altruísta e egocentrico afirmar um EU mais independente, mas a realidade é esta, a vida é nossa, somos nós que a vivemos. 
   Somos nós que traçamos o nosso caminho e o sucesso está em trabalhar a auto-estima pensando sempre no melhor para nós, rodear-nos de quem nos ama, porque quem nos ama quer o melhor para nós e não só para eles próprios, tal como fazemos quando amamos alguém. 
   Quanto aos outros, esses só passam pela nossa vida, e tendo valor ou não, devemos por-nos sempre em primeiro lugar, porque o encontro final vai ser sempre connosco próprios.

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