02/06/2012

Je ne sais pas


        Deve haver um motivo lá nas profundezas do teu ser para te veres assim porque nunca ninguém te deu nenhum motivo para dar isso tudo e ainda por cima sem ninguém merecer. Não teve sentido explodires porque pensas que de alguma maneira isso vai fazer com que te sintas melhor e no fundo sabes que nunca faz, nunca fez, nem nunca vai fazer. E depois ganhas ódio e raiva. Como se arrancasses a tua própria pele e pedisses outra nova. Como se quisesses pôr outro cérebro no lugar do teu, outro coração. Sei lá. Será que eu sou uma maluquinha? Eu as vezes ponho-me a pensar (eu estou sempre a pensar) na minha dor de pensar. E não sou o Fernando Pessoa, sou só a Maria. Mas estou lá perto quando penso, porque já me dói o cérebro. E tento desfiar todos os cordelinhos de tudo o que acontece á minha volta, mas nem tudo tem explicação, muito menos quando não é preciso continuar a procurá-la. Estás a ficar consumida à procura de uma reposta ou á procura de qualquer coisa, devias ir aquelas bruxas ou lá que é que dizem se é bom ou não. Não pode ser. Duas vezes a mesma coisa, tudo igualzinho, em tão pouco tempo? You must be kidding darling. E a acabar na mesma altura? You must be kidding again. E com o mesmo desfeixo? Ok, problema não é a palavra certa. Solução sim. Não está em ninguém. Em Zés- Ninguém. Está em ti. Voltas a rotina. Á tua rotina, e deixas para trás o que pôs o pé na argola a perfurar o teu peito. Melhor assim, o que não mata engorda. Engorda-me o cérebro e a vida. Gota-a-gota. Grão-a-grão. És tão “peito-de-galo” (nunca percebi bem esta expressão, mas encaixa). Misturas tudo também, mas o cordelinho está lá ainda. Preso ao que? A ti, porque gostas de brincar aos iô-iôs não é? Estás a falar do que, já agora? PÁRA! Tu pára-me um segundo. É isso que queres para ti? Não. Sim. Não sei. Não queres. Agora já não queres. Nunca quiseste. Disseste sempre que não, falaste sempre que “nunca na vida” te ias ver nessa situação. Pois bem, aqui tens o castigo. Agora foge. E deixa de uma vez por todas que o tempo apague o que não tem força suficiente para ficar. E se? E se o quê? Se fosse para ficares, tinhas tido lugar para isso. É para ires. Vai. Vou. E não voltes. Não voltou. 

Sem comentários:

Enviar um comentário