17/03/2011

O senhor rei (na barriga)

   Apresentou-se vossa majestade com o rei na barriga convencido de que o meu coração era mais levezinho que a sua altivez? Enganou-se. É mais pequenino porque o equivalente a si senhor rei são vinte sacos de batatas juntos , cheios. E como vem convencido do que trás, eu não quero olhar mais para nada do que me possa mostrar. É que sabe, o coração não provoca esse efeito nas pessoas, é muito mais meigo, muito mais bonito, e normalmente procura outro coração para ficar mais bonito ainda. O senhor rei por acaso sabe do que é que eu estou a falar? Falo-lhe de amor. E ponho de fora a arrogância, o orgulho, o ódio, intolerância e tudo o que o coração não gosta: assim atira-se para o lado o que é mau, como o processo de tirar piolhos às crianças.
   O coração não quer parasitas. Vê-se livre deles o mais rápido possível. O meu. O do senhor rei ficou-se pelo caminho e olhe que precisa, já hoje, de uma desintoxicação. Estou certa de que o meu coração é maior que o senhor, e digo isto mesmo sabendo que o seu ego consegue dar a volta à cidade de Lisboa e ainda regressar a pavonear-se do que é, quando não é. Veja-se livre disso. Faz-lhe mal. Utilize o coração.

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