Rasgo a minha pele para me tentar encontrar como quem procura água quando perdido num deserto há três dias. Mas não vivo num deserto, não preciso de procurar nada e muito menos a mim mesma.
O que se passou foi que fui livre desde o inicio, livre o suficiente para poder saltar fora mal me começasse a doer, e mesmo assim preferi dar facadas no meu coração todos os dias e arrancar os meus cabelos para de ti nada receber. É ingénuo, tão ingénuo que só dói porque eu abro espaço para doer.
- Agora também tenho os pés frios.
Não consigo ficar confortável aqui, sinto-me num barco a baloiçar entre o meu passado e o meu futuro a cada minuto.
Se não queres este pedacinho de amor, não o gastes, não o sujes com palavras vazias, não o imites a fingir, não jogues com ele. Não ganhes tempo e ego porque ficas mais pequeno, vais perdendo a qualidade, vais deixando de ser bonito como és.
Dá-me tempo para respirar e para te voltar a ver, não quero ter que rasgar página nenhuma da minha vida só porque não consegues entender de que é que sou feita.
-Doí-me a cabeça.
Não te rias e não peças desculpa, estou farta de andar de baloiço contigo e de brincar no escorrega, quando o vai-e-vem do que somos está mais empenado do que o do parque.
As minhas palavras não estão gastas nem a morada dos meus sentimentos mudou , só não quero mais perder-me de mim por procurar e descobrir os teus olhos e a tua alma sem nunca nos tocarmos.

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