Eles ou elas?

Venho aqui para te falar de uma questão que anda ás voltas na minha cabeça!

(E nao é isso que faço sempre?)

Porque é que têm que ser os rapazes a dar o primeiro passo? 

A mostrar primeiro que sentem alguma coisa, a saltar-nos para cima ou a dar um sinal? Não percebo bem. Eu sempre esperei por isso mesmo, esperei que me dissessem o que sentem, que me dessem um sinal ou até mesmo que saltassem para cima de mim. E acredites ou não, a todos esses (que nunca foram muitos) eu nunca me entreguei a 100%. Não é porque não gostava deles, é porque só gostava por gostarem de mim. Acho eu. Era como se me lembrassem que existiam e que até podia dar certo, porque até ao dia em que mostravam eu nem reparava nisso. Só me apercebi disso uns aninhos mais tarde, ao olhar para trás e ver que de facto tinha estado com aquelas pessoas e que agora são meus amigos, sim, mas não me fazem diferença como o tal que eu segui durante anos e andava vidrada sem nunca saber o que ele sentia. A situação repetiu-se mais do que uma vez, só quando gostei de alguém é que resolvi dar eu o primeiro passo e foi um passo para o lado errado. Por isso é que tenho medo de o fazer. Mas não concordo que tenha que ser ele a dizer-me qualquer coisa, claro que facilitava só que também tem graça ser desta maneira. O problema é que parece que enquanto não forem eles a dizer-nos nada do que nós pensamos faz sentido. Será que eles pensam da mesma maneira? Nem todos, de certeza, porque a maioria se dá com a maior naturalidade a miúdas como se fossem cuecas diferentes todos os dias. Não é comum em todos os rapazes, é verdade, mas também é verdade que todos têm esse instinto pelo menos uma vez na vida. Nós é que ficamos sempre mal vistas quando o fazemos e depois auto-intitulam-nos de "soltas" e por aí fora. Não é por o fazermos uma vez na vida que somos isso, só fazemos bem em dize-lo, certo? Se eu gosto dele, devia dizer-lhe. Ou não!? Bem deve ser um dilema que existe na cabeça de todas as mulheres apaixonadas.

O que é que tu fazias? Dizias-lhe? Ou esperavas que te dissessem? 

Devia haver uma bolha especial para estas situações em que se pudesse entrar e gritar alto e em bom som que se está apaixonada. E só quem nós quisessemos tinha possibilidade de ouvir isto. Tu, por exemplo. Eu gostava que tu soubesses.

Mas vou deixar para outro dia, ainda sinto o peso do senso comum a pedir-me para ficar calada e a tua cara não me pede que o faça de outra maneira. 

Vais dizer-me que desta vez estou errada, eu sei, porque te disseram um dia que não deviamos nunca deixar nada por dizer, nem por fazer. Sendo assim, diz-me tu.

(...)

Pelos vistos é mais facil não o fazer de todo.