"Dantes as pessoas encontravam-se, agora andam aos encontrões"

Quando li esta frase, já não sei bem onde, fiquei com a sensação de que fazia todo o sentido. 

A verdade, é que hoje em dia, parece que as pessoas não sentem falta de abrir o seu coração e de se perder no encanto de outra pessoa. Essa magia de que se falava anteriormente como cortesia e verdadeiro amor, perdeu-se e parece que o mais importante agora são os corpos sem alma, que não se amam mas se perdem um com o outro na mesma cama. Onde é que está, se realmente existiu, aquele amor das flores e da procura? É dos tempos dos nossos avós e dos pais? Ou remota ainda a tempos mais antigos? Parece que nunca existiu, quando olho para o mundo aqui da minha janela. 

A maior preocupação dos homens e das mulheres, hoje em dia, é conseguir ter a aptidão para se meterem com o maior número de pessoas do sexo oposto e conseguir assim alcançar a plenitude, teja incluído o amor ou não. A maioria nem se importa com isso, só quer ter uma noite em que se possa desprender da vida e da rotina que leva entre o trabalho e outras burocracias. E depois vêm falar-nos de amor. Para este Senhor existir, é preciso que o coração esteja aberto, como uma porta, e que saiba abrir-se cada vez que sente que alguém quer entrar por mais do que uma noite. Não é um jogo de toca e foge que se pretende, mas sim um jogo constante, que dure mais tempo do que um beijo apaixonado, do que um abraço forte. Quando se fala de amor, não estão incluídos os jogos que só fazem perder tempo entre o desejo e a repugnância. Não faz sentido procurar medir forças do género: nunca mais te ligo, hoje és tu que me ligas; não vou fazer mais nada. No verdadeiro amor não há tempo para isso, não há encontrões ou mal entendidos. Por isso é que ninguém sabe o que é o amor ou quando é que ele bate à porta. E depois há a eterna questão que assombra a cabeça de todos os homens: a de que as mulheres sabem amar muito mais do que eles. Não estou certa disso e até acredito que os homens também saibam amar. Mas no que toca a saber sofrer por amor, nós, mulheres, pelos vistos temos muito mais jeito. Eu acho que não se trata só de ter jeito, no fundo as mulheres só sabem é morrer por amor, enquanto os homens têm a capacidade de saber matar por amor. É uma arte.

E eu não tenho jeito nenhum para andar nesta coisa dos encontrões. Mas isso é porque não fomos feitas para caçar e perdemos demasiado tempo a tentar subir escadas, telhados e voar muito alto. 

Seja como for tenho a certeza de que ninguém gosta de levar um grande encontrão. Cá para mim os homens ainda têm é muita coisa de bichos e digam o que disserem ainda têm muito medo das mulheres. E todas sabemos que eles sempre tiveram medo daquilo que não entendem. Será que é por isso que têm que mostrar que têm poder e muitas vezes nos maltratar? Mas nós conseguimos mudar isso, podemos ser nós a escolher, decidir e a lutar.

O que eu quero dizer com isto, é que podemos inverter os papeis: ser nós a dar grandes encontrões e deixar os homens a morrer por amor.